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MARIA, UM GRANDE SÍMBOLO DA PRESENÇA DIVINA / NOITE DE NATAL / NATAL

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(Miq 5,2-5) Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz
(Heb 10,5-10) «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade»

 

CONTEXTO

Durante o tempo de Natal, vamos ler várias vezes relatos do início do evangelho de Lucas e de Mateus; é o que se chama «o evangelho da infância». Os exegetas demonstraram-nos, pelo sim e pelo não, que estes textos não podem ser tomados como se fossem crónicas de acontecimentos.

Estes relatos são teologia narrativa. Nestes casos, que o texto se ajuste mais ou menos aos factos, que seja totalmente inventado ou que tenha como fundamento mitos ancestrais, não tem importância nenhuma. O importante é descobrir a mensagem espiritual que o autor nos quer transmitir.

Temos a obrigação de os interpretar a partir dos conhecimentos do mundo e do homem que hoje temos e com a ajuda inestimável da exegese. Toda a 'prodigiosa' literatura que se desenvolveu tomando os relatos como históricos não faz mais do que distorcer a mensagem.

 

EXPLICAÇÃO

O texto que acabamos de ler é exclusivo de Lucas. Todo o conjunto tem um sentido simbólico; desde a primeira palavra 'anastasa', que significa levantar-se, surgir, e que se passou por cima na tradução oficial. É o verbo que se emprega para indicar a ressurreição. Significa que Maria ressuscita para uma nova vida, a vida do Espírito, que a leva a dar-se aos outros.

A visita de Maria à sua prima simboliza a visita de Deus a Israel. A subida da Galileia à Judeia antecipa-nos a trajetória da vida pública de Jesus. Também a Arca da aliança percorreu o mesmo caminho por ordem de David. Maria e Jesus (o maior) digna-se visitar o pequeno. O Emanuel manifesta-se no sinal mais simples: uma visita.

Tudo acontece fora do campo da religiosidade oficial. A partir de agora temos de encontrar Deus no quotidiano, onde se desenrola a vida. Jesus, já desde o ventre de sua mãe, começa a sua missão: levar aos outros a salvação e a alegria.

O relato evangélico de hoje, quer-nos transmitir que Maria descobre o verdadeiro Deus dentro dela. Essa descoberta impulsiona-a ao serviço: «foi a toda a pressa para a montanha».

Toda a mensagem do evangelho de Lucas está condensada neste simples relato. A cena diz-nos que a verdadeira salvação repercutirá sempre em benefício dos outros; quem a descobre, comunica-a imediatamente. A salvação não pode ficar fechada em si mesma; se é verdadeira, será levada por nós a todo o lado, embora sem a propor diretamente.

A visita comunica alegria (o Espírito) também à criatura que Isabel transporta no seu ventre. Uma vez mais descobrimos o interesse em deixar João por baixo de Jesus. Por duas vezes em tão curto espaço diz-nos que saltou a criatura no seu ventre.

Se lemos com atenção, descobrimos que todo o relato se converte num grande elogio a Maria. E é o próprio Espírito Santo que provoca este louvor: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!». Quantas vezes se terá repetido este louvor através dos séculos?

«Quem sou eu para que me visite a mãe do meu Senhor?». «Bem-aventura tu que acreditaste». Aqui acreditar não significa a aceitação de verdades, mas a confiança sem limites num Deus que sempre quer o melhor para o ser humano. Na continuação do texto, Maria elogia Deus com o canto do magnificat.

O que procuram estes relatos da infância de Jesus é apresentá-lo como uma pessoa de carne e osso, embora extraordinária, mesmo antes de nascer. Quando afirmamos que esses relatos não são históricos não queremos dizer que Jesus não foi uma figura histórica. O NT faz sempre referência a uma história humana concreta, a uma experiência humana única. Sem essa referência ao homem Jesus, o evangelho careceria de todo o fundamento.

Pois bem, a linguagem utilizada por cada um dos evangelistas para se referir ao mesmo Jesus é muito distinta. Basta comparar os relatos da infância de Mateus e de Lucas com o prólogo de João para nos darmos conta da diferença abismal. Tanto uns como outro, não se podem tomar à letra; há que os interpretar para que nos conduzam à verdadeira mensagem.

A novidade que se manifesta em Maria não elimina nem desconsidera a tradição, mas integra-a e transforma-a. O relato faz constantes referências ao AT. Em nenhum momento da vida, podemos viver voltados para o passado porque impediríamos o progresso. Mas nunca podemos construir o futuro destruindo o nosso passado. A árvore não cresce se lhe cortarem as raízes. O novo, se não integra e aperfeiçoa o antigo, nunca será autêntico.

A essa vivência de Jesus faz referência a Carta aos Hebreus que acabamos de ler. Jesus não é um extraterrestre, mas um ser humano como nós, que soube responder às exigências do seu ser. A chave está nesta frase: ««Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade» (Hebreus 10, 5-10).

Não se trata de oferecer a Deus «dons» de nenhuma espécie. Trata-se de nos darmos a nós mesmos. Esta atitude é a característica de uma pessoa voltada para o seu verdadeiro ser, projetada para o divino que há em si. Paulo contrapõe a encarnação ao culto. Deus «não aceita holocaustos, nem vítimas expiatórias». Só fazendo a sua vontade, damos culto a Deus. Em João, diz Jesus: «O meu alimento é fazer a vontade do meu Pai».

Os primeiros cristãos não chegaram à conclusão de que Jesus era Filho de Deus porque descobriram a «natureza» de Deus e a de Cristo e viram que coincidiam, mas porque descobriram que Jesus cumpriu, em tudo, a vontade de Deus. Tornava Deus presente no que era e no que fazia. Para o pensamento semítico, ser filho não era principalmente ter sido gerado mas antes refletir o que era o pai, cumprir a sua vontade, ser imagem do pai. Esta fidelidade ao ser do pai era o que convertia alguém em verdadeiro filho. Descobrir isto em Jesus levou-os a considerá-lo, sem qualquer tipo de dúvida, Filho de Deus.

Essa vontade não foi descoberta por Jesus porque tinha ligação direta com Deus, que lhe ia dizendo o que tinha de fazer. Como qualquer mortal, teve que ir descobrindo ao longo da sua vida o que Deus esperava dele. Sempre atento, não só às intuições internas, mas também aos acontecimentos e situações da vida, foi adquirindo esse conhecimento do que Deus era para ele e do que ele era para Deus. 'A vontade de Deus' não é algo acrescentado ao nosso ser ou vindo de fora. É o nosso ser enquanto projeto e possibilidade de alcançar a sua plenitude. Daí que, ser fiel a Deus, é ser fiel a si mesmo.


APLICAÇÃO

Em todas as épocas, os seres humanos procuraram fazer a vontade de Deus, mas era sempre com a intenção de que o «Poderoso» fizesse depois a vontade ao ser humano. Era a atitude do escravo que faz o que o seu dono manda, porque é a única maneira de sobreviver. É uma pena que depois do exemplo que Jesus nos deu, os cristãos continuemos fazendo o mesmo de sempre: procurar comprar a vontade de Deus em troca do nosso servilismo. Nessa direção vão quase todas as orações, os sacrifícios, as promessas, votos, etc... que as pessoas «religiosas» fazemos a Deus.

Salvação e vontade de Deus são a mesma realidade. Jesus, como ser humano, teve que salvar-se. Para a nossa maneira de entender a encarnação, esta ideia resulta desconcertante. Como consequência do nosso maniqueísmo, pensamos que salvar-se consiste em livrar-se de algo negativo (pecado). A salvação de Deus não consiste em algo negativo (tirar) mas em alcançar a plenitude, que está para além do fisiológico, do psicológico e do racional. Todo o ser humano começa o seu itinerário como um projeto que se vai desenvolvendo. Jesus levou esse projeto ao limite. Por isso é o Filho do homem, homem acabado, homem perfeito. Por isso torna Deus presente, por isso é Filho.

Jesus, descobrindo as exigências do seu ser e levando-as ao desenvolvimento pleno, realizou todas as possibilidades do ser humano e nos marcou o caminho que temos de seguir para alcançar também a mesma plenitude. Mas cada um tem de percorrer a sua própria estrada. Ninguém pode tomar o caminho do outro como modelo. A meta sim é a mesma para todos, mas o ponto de partida é sempre diferente para cada um. Os outros podem ajudar-me a descobrir o meu caminho, mas nunca poderão percorrê-lo por mim; nunca poderão fazer o que tenho de ser eu a fazer, porque a meta do percurso é o centro do meu próprio ser.

 

Meditação-contemplação

 

"Ditosa tu que acreditaste!!" diz Isabel a Maria.

Ditoso tu se, de verdade, confias! Digo eu.

Maria, depois de ter gerado Jesus, leva-o à sua prima Isabel.

Inclusivamente antes de o dar à luz, já o manifesta aos outros.

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Com grande atrevimento diz o Mestre Eckhart:

"A tarefa mais importante da alma é gerar Deus".

Claro que uma vez gerado, no tem mais remédio do que ver a luz.

Também diz Eckart: Deus precisa de mim para existir.

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A semente divina já está dentro de ti.

Só tens que deixar que se desenvolva. Assim simplesmente.

Se a deixas crescer em ti,

em seguida se manifestará na superfície do tu ser.

Como Maria, irás a todo o lado levando Deus.

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NOITE DE NATAL


(Is 9,2-7) "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz".
(Tit 2,11-14) "Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação".
(Lc 2,1-14) "Anuncio-vos uma grande alegria: nasceu-vos hoje um Salvador".

Qualquer tipo de discurso hoje parece-me ridículo. Nada se pode dizer com propriedade do mistério que estamos a celebrar. Hoje, melhor do que nunca deveríamos aplicar o provérbio oriental: «Se a tua palavra não é melhor do que o silêncio, cala-te». Só em chave de silêncio seremos capazes de entender alguma coisa. Esta noite temos de procurar uma meditação sossegada sobre Jesus e sobre o que a sua figura supõe para todos nós. O que tens de descobrir e viver não pode vir de fora, tem de surgir do fundo de ti mesmo.

O evangelho que acabamos de ler (Lc 2,1-14) coloca-nos perante o mistério, mas terás que entrar nele tu sozinho. É muito fácil que transbordem os sentimentos com as estampas natalícias, mas isso não basta para viver o mistério que celebramos. É uma noite, não para folclore, mas para a meditação. Sem esta contemplação, tornar-se-á algo vazio sem nenhum sentido religioso. O valor desta festa depende da atitude de cada um. Nada substituirá o itinerário até ao centro de mim mesmo. Só aí se desenrola o mistério da encarnação. Só no fundo do meu ser descobrirei a presença de Deus.

Recordar o nascimento de Jesus pode-nos ajudar a encontrar Deus dentro de nós e nos outros. Jesus viveu e morreu num lugar e num tempo determinados. Mas temos de ter muito cuidado em não pensar que estamos a celebrar um aniversário (festa de anos). Os dados históricos não têm grande importância. Jesus nasceu, não sabemos onde, não sabemos quando, nem em que dia, nem em que mês, nem em que ano. Não vos parece estranho? Pois tudo o que dissermos de Jesus, do ponto de vista histórico, sugere o mesmo desconcerto.

O encontro com Jesus que apareceu num momento da história tem que me levar ao encontro com Deus que não tem história. Deus é sempre o mesmo, não pode mudar em nada. O tempo não passa para Ele. O espaço não existe para Ele.

A leitura dos evangelhos pode-nos ajudar se não cairmos na tentação de os levarmos à letra. A maneira de narrar o mistério é mais um exemplo do indizível do acontecimento. O relato de Lucas que acabamos de ler, ou o muito distinto de Mateus, têm muito pouco a ver com o prólogo do evangelho de João, embora os três nos falem do mesmo. Os simples relatos de Mateus e Lucas apontam para o mistério se não nos limitarmos a vê-los como uma crónica de acontecimentos. A elevada cristologia metafísica de João diz-nos exatamente o mesmo se soubermos esmiuçar os conceitos que utiliza.

A encarnação não é um facto pontual, mas uma atitude eterna de Deus que encarna sempre em todas as criaturas. Deus não tem atos. Ele é tudo o que faz. Se encarnou, é encarnação, é Emanuel. Se em Jesus se tornou patente a presença de Deus, temos de aproveitar esta realidade para encontrar em nós o que descobrimos nele.

Não se trata de recordar e celebrar o que passou há dois mil anos noutro ser humano, mas de descobrir que a presença de Deus acontece em mim neste momento, tenho de o descobrir e viver conscientemente essa presença. O que se passou em Jesus está a passar-se agora em cada um de nós, está a acontecer em mim. Este é o sentido religioso do Natal.

Nem Maria nem José nem nenhum dos que estiveram relacionados com os acontecimentos que estamos a celebrar se podem inteirar do que estava a acontecer, porque Deus atua sempre adaptando-se à natureza de cada ser. Exteriormente não pode acontecer nada que desse conta da realidade transcendente que estava em jogo.

Hoje, a maioria dos cristãos continuamos sem perceber o verdadeiro significado do Natal, porque nos limitamos a recordar acontecimentos externos e extraordinários que nunca aconteceram. Se eu quero perceber, terei de fazer um esforço para superar o ambiente e, entrando dentro de mim, tomar consciência do que Deus me oferece neste instante.



NATAL


(Is 52,7-10) "E todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus".
(Heb 1,1-6) "Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho".
(Jo 1,1-18) "E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós".

O mistério da encarnação que estamos a celebrar é um mistério de amor. Por isso, celebramo-lo com a eucaristia que é o sacramento do amor. Se Deus me ama é porque é amor. Ou seja, Deus, que é amor, está em mim. Esse amor é o fundamento do meu ser, ou melhor, é o meu verdadeiro ser no qual tem fundamento. Tudo o que não é Amor é secundário e acidental em mim. Deus está encarnado em todas as suas criaturas e essa presença é o que as faz consistentes e o que lhes dá valor transcendente. O homem pode descobrir essa realidade e vivê-la conscientemente. Essa será a sua plenitude.

O início do evangelho de João é um contraponto ao que tínhamos lido antes (noite) de Lucas. Com ele, a liturgia procura nivelar a balança para que não fiquemos na palha do presépio e cheguemos verdadeiramente à substância do mistério do Natal. Os dois relatos estão a falar do mesmo, mas a linguagem é tão diversa que apenas poderíamos suspeitar que se referem à mesma realidade. Nem um nem outro falam com propriedade, porque o que estamos a celebrar não pode encerrar-se nem em imagens nem em conceitos.

No evangelho de João diz-se: «Na palavra havia vida e a vida era a luz dos homens». Não percebo porque temos tantas dificuldades a entender isto corretamente. O texto não diz que a luz me levará à Vida, mas ao contrário, é a Vida que me tem de levar à luz, isto é, à compreensão.

Não é maior ou melhor conhecimento o que me trará a verdadeira salvação, mas a vivência dentro de mim. Deus que é Vida está em mim e me comunica essa mesma vida; tudo o resto é consequência deste facto. O que sairá de mim, será a manifestação dessa Vida-salvação.

A encarnação continua a ser o tema pendente do cristianismo. Se não o enfocamos como é devido, reduzimo-lo a uma crença sem peso algum na nossa vida real. O prólogo de João diz: «kai Theos en o Logos» e em latim: «et Deus erat Verbum». Em castelhano (português) podemos traduzir: «e a Palavra era Deus» ou «Deus era a Palavra». Pode parecer que é o mesmo, mas na realidade expressam algo muito diferente.

No primeiro caso, explica-se o que é o Verbo pelo que é Deus. No segundo, explica-se o que é Deus pelo que é o Verbo. É Deus que se identifica com o ser humano Jesus. Se se fez homem em Jesus, é porque se faz homem em todos os seres humanos. Pelo contrário, se é Jesus o que se faz Deus, nós ficamos completamente à margem do que ali se passou.

Não se trata de limitar a singularidade de Jesus, mas de descobrir que tudo que se passou nele, não é alheio a cada um de nós. Jesus tornou Deus presente num determinado momento da história, porque foi um ser histórico; mas a história não afeta Deus em nada. Deus não tem acontecimentos. O que faz num instante está sempre a fazê-lo. Deus está a encarnar sempre. Portanto, não se trata de celebrar um acontecimento passado, mas de descobrir esse acontecimento no momento presente e vivê-lo como o viveu Jesus.

Na eucaristia, resumimos o processo que temos de fazer como seres humanos. Tomando consciência das nossas limitações (pecados, se quiserdes) patentes na nossa maneira de atuar, o que sai de nós. Depois descobrimos a atitude de Deus para connosco, Ele é amor que nos aceita como somos, pelo que Ele é, não pelo que nós somos. Tomamos consciência da sua presença no fundo do nosso ser e identificamo-nos com essa parte do nosso ser que é o divino. A partir daí percorremos o caminho inverso e procuramos que a nossa vida esteja de acordo com esse ser descoberto. Trata-se de deixar que o nosso agir, surja espontaneamente do nosso verdadeiro ser. Se não descobrimos e não nos identificamos com o nosso verdadeiro ser, a nossa vida cristã continuará a ser artificial e vazio de verdadeiro sentido cristão.

 

Meditação-contemplação

 

Deus era a palavra e a palavra se fez carne.

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Não existe um Deus longínquo em alguma parte do universo, muito menos ainda, fora dele.

Aliás nada existe fora da divindade.

Amor e unidade são a mesma realidade.

A única experiencia mística possível é a da UNIDADE.

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Na Palavra havia Vida, e a Vida era a luz dos homens.

A Vida é o primeiro. A luz é a consequência da Vida.

Não é o conhecimento que me levará à vida espiritual.

É a Vida que me fará compreender, sem necessidade de compreender.

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Quanto mais profunda é a treva

mais necessária, mas também mais patente se faz a luz.

Este é o sentido da festa de Natal (solstício de inverno).

Se cores as densas cortinas do teu ego, aparecerá a luz,

iluminará o teu ser e tudo o que te rodeia ficará também iluminado.

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Fray marcos

Traducción de Marcelino Paulo Ferreira

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