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-

AMOR À VIDA

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Ante as diferentes tendências destrutivas que se podem detetar na sociedade contemporânea (necrofilia), Erich Fromm fez um apelo vigoroso para que desenvolva tudo o que seja amor à vida (biofilia), se não quisermos cair naquilo a que o célebre cientista chama de «síndroma da decadência».

Sem dúvida, temos de estar muito atentos às várias formas de agressividade, violência e destruição que são geradas na sociedade moderna. Mais do que um sociólogo fala de uma autêntica «cultura da violência». Mas há outras formas, mais subtis e, portanto, mais eficazes de destruir o crescimento e a vida das pessoas.

A mecanização do trabalho, a massificação do estilo de vida, a burocratização da sociedade, a objectificação das relações, são outros tantos fatores que levam muitas pessoas a sentir-se não seres vivos, mas peças de uma engrenagem social.

Milhões de indivíduos vivem hoje no Ocidente umas vidas cómodas, mas monótonas, onde a falta de sentido e de projeto pode abafar todo o crescimento verdadeiramente humano.

Então, algumas pessoas acabam por perder o contacto com tudo o que está vivo. A sua vida está cheia de coisas. Só parecem vibrar adquirindo novos artigos. Funcionam de acordo com o programa que lhes dita a sociedade.

Outros procuram todo o tipo de estímulos. Precisam trabalhar, produzir, agitar ou divertir-se. Devem sempre experimentar novas emoções. Algo excitante que lhes permita sentirem-se ainda vivos.

Se algo caracteriza a personalidade de Jesus é o seu amor apaixonado pela vida, a sua biofilia. Os relatos do Evangelho apresentam-no a lutar contra tudo o que bloqueia a vida, a mutila ou a empequenece. Sempre atento ao que pode fazer as pessoas crescerem. Sempre semeando vida, saúde, significado.

Ele próprio nos traça a sua tarefa com expressões tomadas de Isaías: «Os cegos vêm e os inválidos andam; os leprosos ficam limpos e os surdos ouvem; os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Nova. E abençoado é aquele que não se sente dececionado por mim».

Abençoados na verdade, os que descobrem que ser crente não é odiar a vida, mas amá-la, não é bloquear ou mutilar o nosso ser, mas abri-lo às suas melhores possibilidades. Muitas pessoas abandonam hoje a fé em Jesus Cristo antes de terem experimentado a verdade destas palavras suas: «Eu vim para que os homens tenham vida, e a tenham em abundância» (João 10,10).

 

José Antonio Pagola

Tradutor: Antonio Manuel Álvarez Pérez

Publicado en www.gruposdejesus.com

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